26 fevereiro 2008

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Pessoa

A obrigação de sermos todos iguais torna-nos mais geriveis... Uma estatística, um número redondo...

2 comentários:

hidden persuader disse...

A inexplicável natureza humana e o seu modus vivdendi.

Preferimos o familiar, o tranquilo, o rotineiro ao dissonante e diferente. Não é que estejamos treinados para pensar de forma uniformizada e sermos iguais ao "número".

Não temos é paciência para romper com a norma. Até porque é mais confortável estar sim, tanquilo como o "redor" à nossa volta.

Artista disse...

Oras, somente os acomodados, os que seguem os padrões pré-estabelecidos é que são assim. Os livre-pensadores e os artistas andam na contra-mão do mundo. Por isso, e tantas vezes, sendo génios, são chamados de loucos. O mundo das pessoas comuns não pode compreender o mundo criado pelos artistas. Estes, por sua vez, não têm limites. Existem tantas formas de se viver e tantas filosofias quantas cabem na humana imaginação. Não à toa, o livre-pensamento é condenado em países que prezam a tradição, como a Inglaterra. Para quê criar e recriar o mundo? É tão cansativo! É um grandessíssimo íssimo íssimo cansaço! Depois, os livre-pensadores, génios, artistas, nunca se adaptam a lado nenhum. São "estrangeiros em toda a parte" (Tabacaria). "Toda a arte é demasiado inútil" (Oscar Wilde).