Porque é que:
Alguém que adore cães não gosta, não suporta gatos.
Mas alguém que adore gatos não se importa de ter cães e até nutre alguma simpatia por eles.
Alguém que adore o Porto, não suporta Lisboa.
Mas alguém que adore Lisboa, gosta do Porto.
Alguém que é católico não suporta quem não o seja.
Mas alguém que não o é, gosta de gente católica.
Alguém que gosta de ópera não suporta outros géneros musicais.
Mas alguém que goste de punk rock até pode gostar de ópera.
Porque estes gostos foram sempre associados a um certo iluminismo, uma superioridade que faz parte do próprio gosto em si. Um tradicional chefe de família que vai à missa aos domingos, vai com os seus cães à caça e ouve ópera enquanto bebe vinho do porto, sente-se bem não pelos gostos que tem per si mas por aquilo que eles representam, enquanto que um maricas que tem um gato em casa não acredita em deus e ouve punk rock fá-lo, não por ter sido colocado na escala superior de diferenciação social desde pequeno, nem por lhe ter sido vendido um estilo de vida respeitável, mas precisamente porque quebrou com esse estigma e procurou aquilo que realmente gosta...
Mas é claro que há pessoas que têm cães e que gostam de gatos... só que esse não é o comportamento esperado!
Resumindo, o gosto está em ser melhor que o outro, viver melhor que o outro e por aí fora. É triste que os gostos da maioria se definam com base na competição, no ser melhor pois instigam o ódio o separatismo e a incubação da diferença.
Agora percebo porque é que um branco odeia um negro mas um negro não odeia um branco...
26 fevereiro 2008
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